As crianças parecem não acreditar muito quando veem. Sim! É uma bailarina. No meio do hospital! De sapatilha de ponta, vestido cor de flor. Ela entra na sala com a sutileza de uma borboleta e baila lindamente, como se estivesse em um palco especial para um público muito seleto.
“Essa menina tão pequenina quer ser bailarina”, lê Alessandra Roscoe, enquanto Inesa Markava rodopia. A poesia de Cecília Meireles esquenta o coração. O movimento impecável do corpo alegra o olhar e as lindas canções de Raquel Gomes fazem a alma se elevar.
O pacote sensorial, recheado de emoções e afeto, suaviza um pouquinho a dor das crianças e suas famílias internadas na pediatria do Hospital Regional da Ceilândia. Os médicos se encantam e os funcionários param para ver. Parece que o tempo corre diferente quando as melodias invadem os corredores e alas. O ar fica mais leve, a agulha incomoda menos e a rotina menos desgastante. E a caravana do FIL vai embora com a sensação de dever cumprido e a promessa de voltar.